Telemedicina

O que é telemedicina?

É muito provável que você tenha ouvido falar pelo menos uma vez em telemedicina, desde o início da pandemia da Covid-19. Mas, o que de fato significa isso? Por que tem-se discutido tanto sobre o tema na atualidade? Vamos responder a essas e outras perguntas a respeito do assunto, que veio para mudar drasticamente os atendimentos médicos no Brasil.

Breve história da telemedicina

Surpreendentemente, este não é um termo tão novo quanto possa parecer. A telemedicina existe há mais de 50 anos. Ela já vinha sendo utilizada desde a criação do telégrafo, do rádio e dos primeiros telefones, inclusive. Na década de 1950, um sistema de telerradiologia já havia sido criado por um médico canadense.

Um pouco mais a frente, em 1959, exames neurológicos eram transmitidos aos estudantes de medicina da Universidade de Nebraska, nos Estados Unidos, por uma espécie de monitor interativo. No fim da década de 1960, pacientes a 160 quilômetros do Hospital Estadual de Norfolk já recebiam atendimento por telemedicina.

Inicialmente, o objetivo da tecnologia era alcançar populações distantes das áreas urbanas, para que tivessem assistência em saúde. Porém, com o passar dos anos, e com os investimentos bilionários de empresas privadas e do governo Americano, a telemedicina se tornou uma realidade naquele país. Uma realidade bem diferente do Brasil, já que a legislação, até março de 2020, não permitia o atendimento médico remoto.

Mas, do que se trata a telemedicina?

No Brasil, a Resolução 1.643/2002 do Conselho Federal de Medicina (CFM) define a telemedicina como sendo o “exercício da Medicina através da utilização de metodologias interativas de comunicação audiovisual e de dados, com o objetivo de assistência, educação e pesquisa em Saúde.”

O texto diz ainda que a assistência médica à distância deve ser realizada com o uso de tecnologia apropriada, respeitando as normas técnicas do CFM no que diz respeito à guarda, manuseio, transmissão de dados, confidencialidade, privacidade e garantia do sigilo profissional.

Isso significa que dispositivos de comunicação de uso geral, como Skype, Whatsapp, dentre outros, não são adequados para este tipo de atendimento, já que não garantem o sigilo e a segurança das informações do paciente. Além disso, todo o atendimento feito por telemedicina deve ser guardado de forma segura em prontuário médico, estando o acesso disponível ao paciente.

É importante entender que, mesmo se tratando de uma resolução de 2002, a telemedicina foi de fato introduzida no Brasil em março deste ano (2020), devido às dificuldades geradas pela pandemia de coronavírus.

Telemedicina e coronavírus

Em 19 de março deste ano, o CFM publicou o Ofício 1.756/2020 que permite o uso da telemedicina, em caráter de excepcionalidade, para garantir a assistência à saúde segura durante a pandemia de coronavírus. A decisão do órgão veio em resposta ao medo de que o sistema de saúde brasileiro não suporte o número de infectados pela doença.

E, desde então, foi iniciada verdadeira corrida entre empresas de tecnologia para disponibilizar um sistema seguro para o atendimento médico remoto.

No entanto, é importante frisar que o documento permite o atendimento remoto conforme três modelos indicados pelo Conselho, como:

  • Teleorientação: para que profissionais da medicina realizem à distância a orientação e o encaminhamento de pacientes em isolamento; 
  • Telemonitoramento: ato realizado sob orientação e supervisão médica para monitoramento ou vigência à distância de parâmetros de saúde e/ou doença. 
  • Teleinterconsulta: exclusivamente para troca de informações e opiniões entre médicos, para auxílio diagnóstico ou terapêutico.

No mesmo sentido, a presidência da República publicou a Lei Nº 13.989/2020, que reforça a autorização da telemedicina, com ênfase no cenário de crise criado pelo novo coronavírus. 

Ou seja, não se sabe se a telemedicina continuará sendo permitida após a pandemia, já que nem mesmo o exame físico remoto é autorizado pelas normas publicadas tanto pelo CFM, quanto pelo governo federal. 

Enquanto paciente, o que você pensa sobre o uso da telemedicina? Já recebeu atendimento médico remoto? Deixe nos comentários!Quer saber mais? Estou à disposição para solucionar qualquer dúvida que você possa ter, e ficarei muito feliz em responder aos seus comentários sobre este assunto. Leia outros artigos e conheça mais do meu trabalho como cirurgião de coluna vertebral em Cuiabá!

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