A mielomeningocele é uma das consequências da espinha bífida, que é uma malformação congênita, caracterizada pelo fechamento incompleto da coluna vertebral. Com isso, uma parte da medula, as meninges e raízes nervosas ficam fora do tubo neural, formando uma espécie de hérnia nas costas da criança recém-nascida. Essa protuberância pode ocorrer em qualquer segmento da coluna vertebral, porém é mais frequente na coluna lombar, na região lombossacral.
Causas da mielomeningocele
Os cientistas ainda não chegaram a uma explicação definitiva sobre as causas dessa doença. Contudo, as pesquisas apontam fatores genéticos e a falta de ácido fólico no organismo da gestante.
Outro fator de risco é o uso de medicação anticonvulsiva durante a gestação, porque esse tipo de remédio contém substâncias que interferem na síntese de ácido fólico, comprometendo o desenvolvimento do sistema nervoso do bebê.
Diabetes, obesidade e hipertermia (aumento da temperatura do corpo) nas primeiras semanas de gravidez são outros fatores de risco ao desenvolvimento da criança, sendo a mielomeningocele uma dessas consequências.
A espinha bífida pode ser assintomática ou manifestar-se sob as formas de meningocele (exposição da meninge) ou mielomeningocele (exposição das meninges, medula e nervos) em algum segmento da coluna vertebral.
Sintomas e diagnóstico de mielomeningocele
O sintoma mais evidente é a protuberância mole que se forma nas costas do bebê. Em alguns casos, ela fica encoberta pela pele, mas isso não reduz os riscos de infecções graves, porque medula, meninges e nervos estão fora do tubo neural.
O quadro tem consequências gravíssimas como: paralisia das pernas, deformações ósseas nos pés, quadris e coluna, hidrocefalia, convulsões, disfunções intestinais e do aparelho urinário.
Como a alteração ocorre nos 2 primeiros meses de gestação, exames de sangue da gestante podem detectar uma quantidade anormal de alfafetoproteína, o que sinaliza a existência de algum problema neurológico, como o quadro analisado neste artigo.
Quando o problema é diagnosticado durante a gestação, existe a possibilidade de fazer a cirurgia antes do 6º mês de gravidez.
A ultrassonografia pode ajudar no diagnóstico da espinha bífida, mas, não sendo possível detectar a malformação da coluna vertebral da criança durante a gestação, após o nascimento, fica mais fácil, devido à visibilidade da protuberância existente nas costas do bebê. Depois, será necessário fazer vários exames neurológicos, a fim de diagnosticar a doença e o grau de comprometimento da medula espinhal.
Tratamento de mielomeningocele
O tratamento é cirúrgico. A cirurgia pode ser feita com a criança na barriga da mãe, antes do 6º mês de gestação, ou após o parto. O procedimento é mais arriscado quando o bebê ainda está no útero da mãe. Existe risco para ambos, como o aborto ou o parto prematuro.
A operação também pode ser feita em até 2 dias após o nascimento da criança, para evitar infecções e sequelas mais graves.
É importante saber que a cirurgia fetal ou a operação após o nascimento não eliminam algumas sequelas dessa alteração. Por isso, o bebê deverá ser acompanhado pelo médico especialista e por uma equipe multidisciplinar. Uma das consequências graves é a paralisia das pernas, impondo a necessidade futura do uso de cadeira de rodas ou muletas.
Para prevenir a mielomeningocele, é importante que a mulher, ao planejar uma gravidez, faça um check-up geral da saúde e seguir todas as recomendações médicas.
Ao confirmar que está grávida, é fundamental marcar a primeira consulta pré-natal, fazer os exames médicos e manter uma dieta saudável, suplementada com ácido fólico, conforme orientação médica.
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