A lesão medular é caracterizada por condições como a paralisia temporária ou permanente de músculos, membros e sistema nervoso autônomo, podendo ser marcada, também, por perda de sensibilidade.
A medula é uma estrutura localizada dentro da coluna vertebral, composta de 33 vértebras. Essas vértebras sobrepostas são responsáveis pelo movimento, pela sustentação e pelo equilíbrio da coluna vertebral, tarefa na qual têm ajuda dos músculos.
A medula espinhal é abrigada em um orifício que se pronuncia no centro das vértebras. A constituição dela é de tecido nervoso, que se estende até a base do crânio. Na verdade, inicia-e na base do crânio e se estende até a 2ª vértebra lombar, tendo um comprimento em média de 45 cm no indivíduo na idade adulta.
Toda essa estrutura faz parte do sistema nervoso, que funciona à base de troca de informações, impulsos e ordens entre o cérebro e o corpo humano. A medula é a responsável por essa conexão. Através dos nervos espinhais, dispara impulsos nervosos motores e sensitivos, controlando as atividades do tronco e dos membros, além de parte da cabeça. Os nervos espinhais são responsáveis também pela distribuição de sensibilidade, produzindo dor, tato e pressão, que são sentidos que controlam e informam necessidades, como vontade de urinar, sensação de calor ou frio.
Esse conjunto de funções explica por que uma lesão medular provoca consequências tão graves, como paralisia e, dependendo da extensão, perda de sensibilidade.
Causas e consequências da lesão medular
As pessoas costumam associar as lesões da medula a causas traumáticas, principalmente, por ordem de importância:
- ferimentos por arma de fogo;
- acidentes de trânsito;
- quedas;
- mergulho;
- outros.
No entanto, as lesões medulares podem ser decorrentes de uma série de outros fatores não traumáticos. Os principais são os tumores, as doenças infecciosas, os acidentes vasculares e as doenças degenerativas. Condições congênitas, deformidades na coluna vertebral e hérnia de disco também podem provocar a lesão na medula.
As lesões podem ser classificadas em 2 tipos: completas e incompletas. São completas quando são suprimidas totalmente a função motora e a função sensitiva no segmento sacral; ao contrário, nas incompletas, essas funções são preservadas.
Dependendo da extensão e da gravidade, a lesão pode resultar em paraplegia (comprometimento das funções das pernas) ou tetraplegia, a condição mais grave, quando são comprometidos também o tronco e os braços.
A tetraplegia pode comprometer, inclusive, a respiração e o funcionamento da bexiga e dos intestinos, o que leva à incidência de prisão de ventre e retenção de urina, que podem levar a quadros de infecção.
Além disso, embora seja possível se manter ativo, pode acarretar problemas circulatórios, feridas na pele, problemas respiratórios, alterações na sexualidade, ossificação heterotópica e problemas de regulação térmica.
O tratamento da lesão medular requer, em razão das diversas demandas originárias da condição do paciente, um tratamento transdisciplinar, que envolva terapeuta ocupacional, fisioterapeuta, urologista e psicólogo, podendo o paciente obter avanços, dependendo do tipo de lesão.
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