A escoliose é uma condição óssea e neuromuscular que sofre influência de diferentes fatores. Ela é caracterizada por uma alteração tridimensional no alinhamento da coluna, o que resulta em uma curvatura lateral anormal da espinha dorsal.
Geralmente, é sutil, entretanto, o problema tende a ser progressivo. Isso significa que alguém que apresente uma leve escoliose na infância pode ter o quadro agravado durante o crescimento.
A escoliose pode ser causada por anomalia congênita, fatores hereditários, alterações ósseas, musculares ou neurológicas, etc. Ela pode ser categorizada em vários tipos, entre eles a escoliose idiopática estrutural ou funcional, escoliose congênita, escoliose miopática e escoliose degenerativa.
Uma dúvida que paira na mente de muitas pessoas é se a escoliose é uma condição permanente ou se ela tem cura. Leia o texto para esclarecimentos.
Entendendo a escoliose
Quando vista de frente, a coluna parece reta. Entretanto, quando é observada de lado, é possível perceber curvaturas fisiológicas normais na região da bacia (cifose sacrococcígea), da cintura (lordose lombar), do tórax (cifose torácica) e do pescoço (lordose cervical). Essas curvas são resultantes da adaptação natural do corpo a posições adotadas em diferentes fases de seu desenvolvimento motor, incluindo o período embrionário.
As curvaturas normais são, portanto, fisiologicamente naturais e, por isso, são incidentes nas pessoas saudáveis. Funcionam como um sistema de molas que ajudam a manter o equilíbrio corporal e amenizar a sobrecarga e impacto que a gravidade exerce sobre o corpo nas posições sentada e em pé.
Quando as curvaturas reduzem ou aumentam demasiadamente ou quando elas comprometem o alinhamento da coluna, prejudicando seu desempenho funcional, essas curvas passam a ser consideradas anormais e patológicas. É o caso da escoliose, uma curva patológica para um dos lados do tronco.
Cura da escoliose
Dependendo do tipo de escoliose e abordagem terapêutica, há cura. A escoliose idiopática, por exemplo, não tem causa conhecida e pode ser classificada em funcional ou estrutural. A estrutura está associada a uma deformidade congênita ou adquirida, que atinge as vértebras e se fixa na região. Normalmente é irreversível. A escoliose funcional não se instala definitivamente nas vértebras e a estrutura é preservada, o que torna essa categoria de escoliose curável na maior parte dos casos, uma vez que as curvaturas são flexíveis e de possível correção com tratamento.
A escoliose congênita é mais rara que a idiopática e acomete apenas 1 em cada 10 mil bebês ainda no útero. Ela ocorre por má formação das cartilagens ou fusão das costelas durante a gestação. Pode também ser resultado de paralisia cerebral ou distrofia muscular. Ela também tem cura, mas o tratamento costuma ser complexo.
A escoliose neuromuscular, também chamada de miopática, se desenvolve em indivíduos com doenças neuromusculares. Nesses casos, os ossos da coluna não são formados por completo durante o desenvolvimento fetal e a musculatura é mais fraca, o que torna os músculos incapazes de se manterem eretos. Com o tratamento adequado, a deformidade pode melhorar.
A escoliose degenerativa se desenvolve tipicamente depois dos 65 anos. Pode ser consequência de problemas como artrite e espondilose. Nesse quadro, ocorre enfraquecimento dos ligamentos e dos tecidos da coluna. Esse tipo de escoliose pode vir acompanhado de complicações como osteoporose, fraturas por compressão e degeneração dos discos intervertebrais. Na escoliose degenerativa, os danos são progressivos.
Como tratar e aumentar as chances de cura
É possível afirmar que em boa parte dos casos a escoliose tem cura. Entretanto, como na maioria das vezes, as causas são desconhecidas, o diagnóstico precoce é fundamental para dar início ao tratamento correto. A doença deve ser tratada assim que descoberta, a fim de se aumentarem as chances de ser curada. Embora seja leve em muitas pessoas, uma escoliose severa pode ser seriamente incapacitante, pois diminui o espaço no peito e atrapalha o funcionamento pulmonar. Por isso, é necessário diagnosticar e tratar a condição rapidamente.
O tratamento da escoliose varia de acordo com a idade, condições clínicas do indivíduo e grau de deformidade. As opções terapêuticas são uso de colete ortopédico, realização de fisioterapia e cirurgia nos casos mais severos. Quando a curvatura é maior do que 40 graus, o procedimento cirúrgico tende a ser o melhor caminho para a cura. As escolioses leves, abaixo de 10 graus, podem se beneficiar de medidas alternativas, como reeducação postural global (RPG), pilates e natação.
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