A escoliose é caracterizada por um desvio anormal da coluna vertebral. Não causa dor ou incapacidade, mas não melhora com o tempo. A intervenção precoce pode minimizar a curvatura e impedir a sua progressão.
Não existe uma única causa para o surgimento da doença. Ela pode ser congênita, quando a pessoa nasce com a má formação; sindrômica, em que é associada a outras doenças; neuromusculares, que provém de doenças neurológicas ou musculares; e idiopática, com causa desconhecida. Em até 85% dos casos, a doença é idiopática. Assim, não se pode encontrar a causa.
Dentre as categorias idiopáticas, existem três tipos: a escoliose idiopática infantil, que afeta crianças de até três anos; a escoliose idiopática juvenil, dos quatro aos nove anos; e a escoliose idiopática do adolescente, dos dez aos 14 anos. Saber em que momento surge a deformidade é importante, para se definirem o padrão e o prognóstico da doença, a fim de selecionar o tratamento mais adequado para cada caso.
O mais comum é a escoliose estar associada ao surto de crescimento que se instala no final da puberdade e se intensifica na adolescência. Nessa fase, o risco de progressão da curva é maior, porque a taxa de crescimento do corpo é mais rápida. Muitas vezes, não há nenhum sintoma visível, até que tenha progredido significativamente. É mais comum em meninas do que em meninos e, geralmente, elas são oito vezes mais propensas a precisar de tratamento.
Sintomas da Escoliose
Pelo fato de a escoliose não apresentar dor, os pais devem estar atentos aos principais sinais associados, como desequilíbrio do tronco que o faz parecer desviado para um dos lados em relação aos quadris e pernas; elevação (corcunda) em um lado das costas deixando algumas costelas mais evidentes; quadris com alturas aparentemente diferentes; um ombro que parece mais elevado do que o outro; uma perna que parece ser mais comprida ou curta do que a outra. Garotas podem notar uma assimetria dos seios, estando um mais alto do que o outro.
Apesar de as curvas associadas com escoliose idiopática surgirem em qualquer lugar da coluna, em geral, indivíduos acometidos deste problema tendem a ter uma curva torácica à direita, quando for uma curva única, ou uma curva torácica direita com uma curva lombar para a esquerda fazendo um formato em “S” da coluna. Esses são os tipos mais comuns de apresentação das curvas na escoliose idiopática do adolescente.
Diagnóstico e tratamento
O diagnóstico da escoliose é inicialmente clínico, com exercícios feitos no consultório. Os exames complementares incluem a radiografia panorâmica AP, perfil e com inclinações, a tomografia computadorizada e a ressonância magnética.
O tratamento dependerá do grau da doença e são separados com base na curvatura da coluna. Pessoas com curvaturas inferiores a 25 graus são, usualmente, acompanhadas em consultas trimestrais, monitoradas e tratadas com fisioterapia, pilates e RPG. Indivíduos com potencial de crescimento e curvaturas entre 25 e 50 graus são tratados com colete específico, no intuito de direcionar o crescimento da coluna para um ângulo adequado, minimizando a possibilidade de cirurgia. Os coletes mais utilizados são o Colete de Boston e o Colete de Milwalkee. São usados 23 horas por dia, retirando-se apenas para higiene pessoal.
Em geral, curvas medindo 25 a 50 graus são consideradas graves o suficiente para demandar tratamento. Curvas acima de 50 graus exigirão cirurgia para restaurar o alinhamento normal da coluna.
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